Mercado fotovoltaico brasileiro pode movimentar R$ 313 bi nos próximos 10 anos
O mercado fotovoltaico brasileiro deverá atingir até R$ 313 bilhões nos próximos 10 anos, com projeção embasada principalmente por conta do ranking BNEF no quesito “Atratividade para Projetos de Energias Renováveis” onde, numa lista global de 58 países, o Brasil aparece na terceira (3ª) posição.
Relatório inédito lançado no país aponta que a fonte solar pode representar 32% da matriz elétrica nacional em 2040, com 75% da capacidade instalada proveniente de geração distribuída (residências, comércios e indústrias autoprodutores de energia) e o restante de geração centralizada (as grandes usinas solares).
Prova disto, são os frequentes anúncios de gigantes mundiais anunciando abertura de filiais em solo brasileiro, a última foi a multinacional chinesa J.A Solar (www.jasolar.com), no última dia 13.
O montante de R$ 313 bilhões é destacado no primeiro relatório de mapeamento da cadeia de valor da energia solar fotovoltaica no Brasil, divulgado na última terça-feira (13).
O estudo, foi desenvolvido pelo Sebrae, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Organização dos Estados Ibero americanos e posteriormente auditado pela Clean Energy Latin America (www.celacleanenergy.com).
O trabalho é pioneiro no Brasil e mapeia desde o potencial solar fotovoltaico no país até projeções para o segmento na matriz elétrica brasileira, passando por pontos como panorama de investimentos, arcabouço regulatório e fiscal, programas e incentivos, alternativas de financiamento, tendências tecnológicas e de mercado e movimentações estratégicas dos principais players.
Em relação às linhas de crédito e financiamento, o relatório mostra que a cadeia de valor da energia solar fotovoltaica no Brasil possui 69 linhas disponíveis, sendo a burocracia e as restrições para financiamento de equipamentos importados os maiores gargalos de financiamento no segmento.
Atualmente o Brasil conta com mais de 1.600 empresas atuantes no segmento solar fotovoltaico, com oito montadoras de módulos fotovoltaicos, um fabricante de células fotovoltaicas, pelo menos 11 fabricantes de inversores e cerca de 400 fabricantes de outros equipamentos e componentes, além de mais de 1.000 fornecedores de serviços.
Em relação ao preço final da energia, o estudo diz que a micro e minigeração solar atingiu a paridade tarifária em 44 distribuidoras do país, o que representa 75% dos consumidores brasileiros de baixa tensão.
O custo da energia solar fotovoltaica no mundo caiu mais de 80% entre 2009 e 2016.
Os sistemas fotovoltaicos com módulos montados no Brasil, de acordo com o estudo, são em torno de 20% mais caros dos que os importados. Impostos não recuperáveis, mão de obra, encargos trabalhistas, frete de importação de componentes e obrigações de investimento em P&D estão entre os fatores que contribuem para discrepância de custo.
Apesar de ser competitivo comparado com o mercado internacional em alguns elos da cadeia de valor, o Brasil ainda tem gargalos a destravar, como acesso a financiamento, carga tributária, qualificação da mão de obra, tamanho reduzido do mercado, infraestrutura logística e riscos cambial e regulatório.