Energia por painéis solares deve crescer 6 vezes no mundo
Por Mahmoud Habboush e Claudia Carpenter, da Bloomberg
A quantidade de eletricidade gerada por meio de painéis solares deverá se tornar até seis vezes maior por volta de 2030 porque o custo de produção está se tornando inferior ao do gás natural e das usinas de carvão, seus concorrentes, de acordo com a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês).
As usinas solares que utilizam tecnologia fotovoltaica poderiam responder por 8 por cento a 13 por cento da eletricidade mundial produzida em 2030, em comparação com 1,2 por cento no fim do ano passado, de acordo com um relatório publicado nesta quarta-feira pelo grupo do setor com sede em Abu Dhabi.
O custo médio da eletricidade gerada por um sistema fotovoltaico deverá cair até 59 por cento por volta de 2025, o que fará com que a geração solar seja a forma mais barata de produzir energia “em um número de casos cada vez maior”, disse a Agência.As fontes renováveis estão substituindo a energia nuclear e restringindo a produção de eletricidade com gás e carvão em regiões desenvolvidas, como a Europa e os EUA, de acordo com a Bloomberg New Energy Finance.
A PG&E, da Califórnia, propõe fechar dois reatores nucleares porque os custos da produção eólica e solar estão caindo.
Embora a abundância da oferta tenha reduzido o preço do carvão e do gás, as tecnologias solar e eólica serão as formas mais baratas de produzir eletricidade na maioria dos lugares do mundo na década de 2030, disse a New Energy Finance em um relatório neste mês.
“A transição para a energia renovável está bastante avançada, e a energia solar está desempenhando um papel fundamental”, disse Adnan Amin, diretor-geral da Irena, em um comunicado. “As reduções de custo, junto com outros fatores de estímulo, poderão gerar uma expansão radical da energia solar no mundo todo”.
Crescimento solar
A Bloomberg New Energy Finance também projeta o crescimento dos sistemas fotovoltaicos com painéis solares para 15 por cento da produção total de eletricidade por volta de 2040, de acordo com Jenny Chase, diretora de análise de energia solar em Zurique.
“As suposições da Irena são razoáveis”, disse ela. “A energia solar se torna muito barata em qualquer cenário razoável”.
Os mercados “mais atraentes” para os painéis solares até 2020 são Brasil, Chile, Israel, Jordânia, México, Filipinas, Rússia, África do Sul, Arábia Saudita e Turquia, de acordo com a Irena. A capacidade mundial poderia ser de 1.760 a 2.500 gigawatts em 2030, em contraste com 227 gigawatts no fim de 2015, disse a Agência.
As redes inteligentes, que são as redes de energia que podem administrar e distribuir eletricidade obtidas de distintas fontes, e os novos tipos de tecnologia de armazenamento vão estimular o uso maior de energia solar, segundo a Irena.