O novo normal, com certeza, trará as fontes de energia limpa como protagonistas do setor energético. Respirar um ar mais puro e menos poluído é a tendência para o período pós-pandemia no mundo todo.

Se por um lado o Covid19 nos sufocou com a obrigatoriedade do uso de máscaras e nos confinou em casa, propiciou um ar mais puro e fez um bem enorme para a natureza.

Com menos carros, caminhões, aviões circulando, menos empresas funcionando, a poluição por dióxido de carbono (CO2) caiu em 25% no Brasil, 32,7% em Nova Iorque, cerca de 27% na Europa, em comparação ao ano passado. A demanda por energia fóssil como carvão e petróleo também diminuiu e, segundo a Global Carbon Project, a redução da poluição até o final do ano pode chegar a 13% se o isolamento social for mantido.

Energia limpa para conter novas pandemias

As mudanças climáticas provocadas pela emissão de poluentes aceleram a perda de habitat de muitas espécies, fazem com que a vida selvagem migre para novos lugares, aumentando o risco de aparecimento de novas doenças infecciosas como o coronavírus. 

A saúde humana depende de ecossistemas saudáveis. Se pretendemos restringir o surgimento de novas pandemias, precisamos cessar a exploração e degradação do mundo natural e reduzir urgentemente as emissões de carbono. É o que os líderes dos principais países europeus vêm preconizando: a tarefa desafiadora, de migrar para uma economia verde.

Sinal claro disso é o repúdio ao desmatamento amazônico _ que aumentou em 60% no atual governo. Trinta instituições financeiras assinaram esta semana uma carta endereçada ao Governo, ameaçando deixar de investir no Brasil se a situação não for contida. O anúncio foi publicado no jornal britânico Financial Times.

O novo normal pede energia renovável 

A humanidade questiona formas de deslocamento, rotas de linhas aéreas, intervenção do governo, gastos de capital e recuperação de preços. As pessoas estão criando novas conexões, fazendo compras localmente, trabalhando em casa e limitando o consumo ao que é necessário. Só a adesão permanente ao home office, por exemplo, pode representar redução drástica do uso do transporte, que hoje é responsável por cerca de 8% da demanda de petróleo.

O custo das fontes renováveis já é menor do que o das usinas de combustíveis fósseis em grande parte do mundo. Veículos elétricos, por exemplo, estão prontos para o mercado de massa.

Apesar de algumas interrupções nas cadeias de suprimentos, a renovável será a única fonte de energia que provavelmente deve apontar um crescimento da demanda até o final de 2020, de acordo com um estudo da AIE (Agência Internacional de Energia).

No primeiro trimestre de 2020, o uso global das renováveis foi 1,5% maior que no primeiro trimestre de 2019.

A pandemia trouxe muitas mortes, infelizmente, mas parece ter realmente despertado a humanidade para o próximo, a vida, o sustentável. Antes tarde do que nunca!